Oduvaldo Vianna Filho

Corpo a corpo


Escrita em 1970, esta peça lança luz sobre um homem dividido entre a solidariedade e a ambição, a liberdade e a monogamia, a escolha de seu próprio país ou a vida fora dele

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O livro

FICHA TÉCNICA

Gênero teatro
Formato 14 x 19 cm
Peso 104 g
ISBN 9788553092130

Luiz Vivacqua é sociólogo, mas trabalha em uma agência de publicidade dirigindo filmes dos mais diversos produtos cotidianos. Certa madrugada, transtornado pela substituição de seu colega de trabalho na agência, bem como pelas condições de sua vida pessoal – casamento iminente, frustração como criador de propagandas e pouca credibilidade em seu ofício –, ele passa a proferir um longo monólogo em torno da crise sobre seus próximos passos. Regado a álcool e cocaína, faz diversos telefonemas para seus conhecidos e suas ex-amantes, tenta se conectar com outras pessoas via radioamador, grita da janela, canta e se debate com questões do contexto político-econômico brasileiro da época e com suas escolhas pequeno-burguesas.

A edição da Temporal contém Apresentação da professora e pesquisadora Maria Sílvia Betti (org.), Posfácio de Rosangela Patriota, docente da Universidade Presbitariana Mackenzie, fichas técnicas da apresentações profissionais da peça, fotografias da montagem de 1995 realizada pelo grupo TAPA, em São Paulo, além de sugestões de leitura a respeito da obra do autor.

Por que ler Corpo a corpo?

Passados mais de cinquenta anos de sua escrita, o enredo criado por Vianna certamente ressoa nos dias atuais, sobretudo por meio de seu protagonista: um sujeito dividido entre ideais éticos e políticos e a pressão (ou tentação) de seguir valores burgueses, como o casamento ideal e a estabilidade profissional e financeira. Confinado em seu apartamento, Vivacqua aos poucos carrega o espectador-leitor pela vertigem de seus pensamentos e atitudes, revelando uma natureza cada vez mais individualista, machista e mesquinha, apesar de seu alinhamento à esquerda. Trata-se de uma obra necessária para fazer refletir sobre o comportamento do sujeito contemporâneo diante dos impasses entre as responsabilidades coletivas e individuais, além de outras dicotomias sociais.

Sobre sua estreia nos palcos

Em 1971, Juca de Oliveira protagonizou nos palcos do Teatro Itália, em São Paulo, o primeiro Vivacqua, sob direção de Antunes Filho. A montagem foi vencedora na categoria de Melhor Produção daquele ano no Prêmio Governador Estado de São Paulo. Embora tenha havido outras montagens no intervalo, foi em 1995, no Teatro da Aliança Francesa de São Paulo, com o Grupo TAPA, que Zécarlos Machado eternizou o personagem de Vianna sob direção de Eduardo Tolentino. Sobre essa encenação, a pesquisadora e professora Rosangela Patriota faz um comentário em seu posfácio.