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Os quinze dias que abalaram os patrões do ABC

artigo por KÁTIA RODRIGUES PARANHOS — Em comemoração à importante data em que se celebra o Dia do Trabalhador, neste Primeiro de Maio, a convite da Temporal, a professora e pesquisadora em história Kátia Rodrigues Paranhos, da Universidade Federal de Uberlândia, comenta aspectos da história operária universal a partir da perspectiva da formação política e cultural dos trabalhadores, até chegar aos episódios da greve de 1979–80 no ABC paulista, com foco na efervescência cultural que emergia daqueles encontros políticos de reivindicação, aspectos que podem ser vistos na obra "O pão e a pedra", de Sérgio de Carvalho, que integra nosso catálogo

por Kátia Rodrigues Paranhos

 

E.P. Thompson (1924–1993), na década de 1970, no clássico texto “Folclore, antropologia e história social”, apresenta, entre outras coisas, os “novos olhares” que os historiadores têm lançado sobre determinados aspectos da vida. Na verdade, sobre nossos velhos conhecidos: o calendário de rituais e festividades no campo e na cidade, o lugar dos esportes na vida social, os diferentes ritmos de trabalho e lazer antes e depois da Revolução Industrial, a cambiante posição dos adolescentes na comunidade, o mercado ou o bazar (especialmente quando considerado menos como nexo com o econômico e mais como elo com o social: um centro aglutinante de notícias, fofocas, rumores) e o significado simbólico das formas de protesto popular.

Ao criticar a primazia do “econômico” – em “que as normas e a cultura são vistas como reflexos secundários” –, o historiador britânico destaca que “sem produção não há história”. No entanto, “devemos dizer também: ‘sem cultura não há produção’. Dois erros arraigados na tradição marxista foram confundir o tão importante conceito de modo de produção [...] com uma acepção estreita de “econômico” e o de, identicamente, confundir as instituições, a ideologia e a cultura faccionária de uma classe dominante com toda cultura e “moralidade”.[1]

A fábrica, o processo de trabalho, os sindicatos, os partidos, as ideologias marxistas, as greves por salário etc. foram obrigados a dividir seu espaço, ou esperar por sua vez de entrar na história, para, novamente, ter de dividir espaços centrais. A história operária sofreu um processo de descentralização. Ao resgatar linguagens e práticas (articuladas e não articuladas) apropriadas por um movimento operário emergente, Thompson e outros historiadores britânicos da nova esquerda foram os pioneiros de uma história vista de baixo que tinha, sobretudo, o intuito de libertar-se tanto do determinismo econômico daquilo que o autor chamou “marxismo mecânico”, quanto da história política e econômica feita nas universidades britânicas e estadunidenses. Ao examinar, por exemplo, a experiência dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema nos anos 1970, entendo-a como um processo tanto “econômico” quanto “cultural”. Isto é, a formação dos metalúrgicos (e da classe operária) se realiza na fábrica, no sindicato, no bairro, nas comissões de fábricas, nas greves, nas festas e/ou piqueniques. Enfim, numa rede complexa e multifacetada, com uma “simultaneidade da manifestação de relações produtivas particulares em todos os sistemas e áreas da vida social”.[2] 

A peça O pão e a pedra, de Sérgio de Carvalho, encenada em maio de 2016 pela Companhia do Latão e publicada em 2019 numa belíssima edição da Temporal,[3] aborda a greve de 1979 no abc paulista do ponto de vista dos trabalhadores, como que seguindo, de certa maneira, uma linhagem thompsoniana. Os operários não são vistos como uma “coisa”. Eles não são apresentados como um grupo passivamente explorado, mas sim como um conjunto de pessoas capazes de criar sua própria tradição, apesar da modernização da mídia de massa e da incorporação à cultura massificada. A capacidade e a vontade de se formar politicamente correspondem ao desejo daquilo que desde cedo havia sido apartado dos trabalhadores: o conhecimento mais avançado como consequência da privação contínua desse benefício.

Na narrativa, entre os “Prólogos da luta” e o primeiro e o segundo atos, interagem personagens e lugares, tempos e contextos, ações e intervenções dentro e fora das “satânicas fábricas escuras”, recordando aqui a expressão de Friedrich Engels (1820–1895), em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra (1844).[4] Desfilam nesse cenário, Joana Paixão/João Batista (a operária que decide tornar-se homem na busca por um melhor salário), Isaías (o filho de Joana Paixão que mora num orfanato), Arantes (o velho operário), Jaílton (o sindicalista), Luísa (a estudante que se tornou operária), Padre Carlino, Mariano (o ex-feitor que teve a mão amputada após um acidente), os operários Fúria Santa (que, volta e meia, recita: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”), Míriam (“Mais escola, menos Coca-Cola”) e Irene (“máquinas paradas! Essa é a única linguagem que os patrões entendem”). Na trama, que combina música, canções, dança e diálogos falados, embaralham-se questões de diversas ordens, como a desigualdade salarial entre homens e mulheres, o retorno do imaginário religioso à política brasileira, o tratamento dado ao fura-greve, o universo fabril e as estratégias de ação estudantil na “capital do automóvel”.

Em 1979, a diretoria do Sindicato de São Bernardo de Campo e Diadema jogava todo o seu peso político na campanha salarial. Por intermédio do jornal Tribuna Metalúrgica (tm) e dos boletins distribuídos pelas fábricas, os diretores convidavam os trabalhadores a se engajar efetivamente na “luta por melhores salários” (“Olha aí pessoal! Está chegando a hora da onça beber água…”). Na tm, a partir de pequenos textos e de histórias em quadrinhos, os personagens João Ferrador e o Repórter Metalúrgico[5] debatiam a campanha de 1979. Temas como a garantia no emprego, o significado das horas extras, a recuperação do poder aquisitivo, as constantes irregularidades nas empresas (falta de segurança no trabalho, falta de higiene, baixos salários, jornada de 10/12 horas de trabalho, exploração do trabalho de menores etc.) e as lutas gerais dos trabalhadores serão frequentes nas páginas do jornal.

João Ferrador também anunciava na tm os livros que “falam da gente” – A capital do automóvel (1979), de Antonio Possidonio Sampaio (1931–2016), e Além da greve, de Antonio Carlos Félix Nunes (1932–2017) –, o “Nosso carnaval”, a “Escola do Sindicato” e a Revista do Henfil (1978), peça teatral do jornalista e cartunista Henfil (1944–1988), que “diverte e, ao mesmo tempo, ensina muita coisa sobre a luta que devemos ainda fazer. No momento em que se discute a participação dos trabalhadores em partido político, é bom ver essa peça”.[6]

A evolução da campanha salarial de 1979 terminou com a deflagração da greve no dia 13 de março, uma sexta-feira, em uma assembleia no Estádio de Vila Euclides (hoje, Estádio 1o de Maio), cedido pelo então prefeito Tito Costa, em São Bernardo. O estádio, por sinal, transformou-se no ponto de reunião dos trabalhadores em greve. Diariamente, inclusive aos sábados e domingos, dezenas de milhares de metalúrgicos reuniam-se lá para discutir a continuidade da mobilização. Para os estudiosos Luís Flávio Rainho e Osvaldo Bargas, “o que muitos não acreditavam havia acontecido: milhares de trabalhadores, num campo de futebol, para discutirem seus problemas e decidirem sobre o seu destino”.[7] No dia 23 de março, a intervenção é decretada nos sindicatos do abc, que são cercados por tropas de choque da polícia. O jornal tm só voltará a circular em junho. Durante aquele período, o abcd Jornal – uma publicação alternativa ligada a membros da Ala Vermelha–,[8] acompanhará e abrirá o seu espaço para o movimento grevista. Os diretores do folhetim colocaram-se à disposição do “sindicato livre” e suas edições passaram a ser frequentes, seguindo a linha editorial fornecida pela diretoria, e tendo distribuição gratuita.

Importante também assinalar que, em meio ao processo grevista de repressão e intervenção no sindicato, operários e filhas de operários metalúrgicos do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo fundaram o Grupo de Teatro Forja. Não era a primeira vez que esses operários se reuniam para falar de teatro. Alguns já haviam participado do extinto Ferramenta, também do sindicato. Constituídos por dirigentes sindicais, trabalhadores da base operária e por um ator e diretor de teatro, esses grupos se destacam pelo perfil militante, da opção pelo trabalho coletivo e atuação na periferia. O Forja – assim como o Ferramenta – acabou produzindo um universo de linguagens, representações, imagens, ideias e noções que eram assimiladas tanto pelas lideranças sindicais como pelos trabalhadores da base. Sem dúvida, o teatro operário impulsionou, de forma decisiva, a agitação dos trabalhadores metalúrgicos em São Bernardo em direção a uma experimentação cultural significativa para o sindicalismo brasileiro. Como lembra o sociólogo Octavio Ianni (1926–2004), “a emancipação da classe operária, em termos sociais, econômicos e políticos, compreende também a sua emancipação cultural”.[9]

No dia 27 de março, na assembleia dos três sindicatos (São Bernardo, Santo André e São Caetano), os metalúrgicos decidiram parar a greve temporariamente, aceitando o acordo de trégua de 45 dias para negociar três pontos fundamentais: a devolução do sindicato aos seus legítimos donos – os trabalhadores –, o pagamento integral dos dias parados e o não desconto dos onze por cento de aumento conquistados nas greves de maio de 1978. Durante esse período de trégua, a diretoria e a comissão de salários se instalaram no Salão Paroquial da Igreja Matriz de São Bernardo e no bar Aquarius, localizado próximo à Matriz, tornando-se os pontos de confluência e de encontro entre os metalúrgicos e os diretores cassados. Nesses locais irá funcionar o sindicato, sem as amarras do Ministério do Trabalho. Diversas atividades foram organizadas nesse período, como as reuniões na igreja e no bar, a presença constante e diária dos diretores e ativistas nas portas das indústrias, shows de música popular com o objetivo de propiciar a coleta de dinheiro, jogos de capoeira, um torneio de futebol entre times de algumas fábricas e a exibição dos filmes Acidente de trabalho (1977) e Que ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores, de Renato Tapajós,[10] projetados nos bairros e no salão da Igreja Matriz.  

É durante essa trégua, e com o sindicato sob intervenção, que ocorre o Primeiro de maio de 1979 em São Bernardo. Foi organizado por mais de sessenta entidades sob a orientação da diretoria de São Bernardo e em torno das seguintes bandeiras de luta: pelo fim da intervenção nos sindicatos do ABC; pelo salário mínimo real e unificado; pela garantia de emprego; pela liberdade e autonomia sindical; pelo direito de greve; pela luta contra a carestia. Aproximadamente 150 mil pessoas se comprimiram no Estádio de Vila Euclides e seus arredores empunhando faixas e cartazes. Antecedendo às solenidades do Primeiro de Maio no estádio, foi celebrada uma missa no Paço Municipal da cidade, com a presença de Vinicius de Moraes (1913–1980). Na ocasião, foi recitado seu poema “O operário em construção” (1959).

A greve de 1979 levou os metalúrgicos a participar efetivamente em outro espaço, ou seja, a cidade. Não foram momentos tranquilos. Pelo contrário, houve festa e dor, e grande parte dos trabalhadores sentiu na pele a dureza dos cassetetes e os efeitos das bombas da polícia. As assembleias gerais ou manifestações de protesto ocorreriam no Paço Municipal, no Estádio de Vila Euclides, na praça da Igreja Matriz e nas ruas de São Bernardo. O acordo entre patrões e trabalhadores foi firmado em 12 de maio. No dia seguinte, os 60 mil trabalhadores de São Bernardo, 3 mil de Santo André e quinhentos de São Caetano (que também aderiram à paralisação), reunidos respectivamente nas suas assembleias, aprovaram o acordo negociado por seus representantes. O governo revogou os atos de intervenção nos sindicados de São Bernardo, Santo André e São Caetano no dia 15 de maio de 1979. A diretoria de São Bernardo do Campo reassumiu no dia 18.

O pão e a pedra acompanha, de forma muita delicada, toda essa trajetória de luta, numa dramaturgia atenta às vozes operárias em que atrizes e atores revestem de múltiplos significados as práticas e os discursos dos “outros”. A chamada intervenção social e/ou imediata pode ser lida de diferentes maneiras. Como na experiência dos grupos Ferramenta e Forja, os temas apresentados à plateia operária ganhavam novos significados e reelaborações em cima das vivências coletivas. Lembrando o estudo de Peter Burke, não é possível pensar em “recepção passiva”. Por isso, a importância da ideia de “adaptação criativa”, ou seja, “a característica essencial da transmissão cultural é que tudo o que se transmite muda”.[11] 

Situar peças de teatro (e/ou filmes) no contexto histórico em que elas foram concebidas, produzidas e distribuídas não significa “fazer a obra confessar um sentido inconsciente” que ela, a partir desse entendimento, esconderia. Não se trata de absorver o social ou o histórico pelo teatro, ou vice-versa, tampouco se trata de postular que o sentido seria importado de um “exterior” num recipiente, que deveria ser extraído como um “corpo estrangeiro”. Trata-se de examinar simplesmente como o sentido é produzido – mas este “simplesmente” exige atenção, saber, precaução.[12] Exatamente porque ler significa “articular”, estabelece-se um processo de interação dialética, que implica uma atividade mental, à medida que envolve o desenvolvimento da capacidade de organização das sensações. Nesse sentido, podemos rememorar o diretor italiano Ettore Scola (1931–2016) que, ao se pronunciar sobre por que “deixa suas histórias em aberto”, diz: “é o público que deve concluí-las. Um filme não tem o poder de mudar uma realidade, mas pode convidar ao questionamento. Esta, para mim, deveria ser a função do cinema. Por isso prefiro não ter finais muito fechados, nem heróis”.[13]

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Quando finalizava este texto, soube da morte do jornalista, escritor e artista plástico Alípio Freire, mais uma vítima da Covid-19.[14] Eu o entrevistei nos anos 2000 por conta, entre outras coisas, de sua militância em São Bernardo nas décadas de 1970 e 1980. Quantas histórias me contou sobre os operários do abc, histórias do cotidiano, dos militantes, das organizações sindicais, da repressão policial nas ruas de São Bernardo, das sessões de cinema e de teatro, das assembleias no estádio de Vila Euclides, alguns dos temas de O pão e a pedra. Recordo ainda das tardes com Alípio em São Paulo, regadas por lembranças da greve de 1980. Mais um período de intervenção no sindicato, em que a redação do tm chegou a funcionar na torre da Igreja Matriz de São Bernardo e os trabalhadores eram conclamados, mediante o próprio boletim, a trazer notícias das fábricas. Mas isso é outra história, que fica para uma próxima vez.

 

[1] E. P. Thompson, “Folclore, antropologia e história social” (1977). In. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Organizado por Antonio Luigi Negro e Sérgio Silva. Campinas: Editora da Unicamp, 2001, pp. 258–59, 239 e 254.

[2] E. P. Thompson, “Folclore, antropologia e história social” (1977), op. cit., p. 254.

[3] O livro conta com apresentação de Sérgio de Carvalho, posfácio de Mario Sergio Conti e notas sobre o processo de produção de Maria Lívia Goes, além de fotografias da montagem. Na seção “Anexos”, encontramos a ficha técnica da estreia, realizada no Teatro da Universidade de São Paulo, as partituras compostas para a peça, além de sugestões de estudo para possíveis pesquisas. Alguns trechos da encenação de O pão e a pedra estão disponíveis aqui.

[4] Friedrich Engels, A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2008.

[5] João Ferrador representa um trabalhador de boné, que escreve bilhetes indignados com relação à ditadura. Outros personagens serão criados no decorrer dos anos, como o Repórter Metalúrgico e o Sombra.

[6] tm, n. 50, 1979, p. 3.

[7] Luís Flávio Rainho e Osvaldo Bargas, As lutas operárias e sindicais dos metalúrgicos em São Bernardo (1977-1979). São Bernardo do Campo: FG, v. 1, 1983, p. 125.

[8] Os parceiros da Ala Vermelha, o cineasta Renato Tapajós, contratado desde 1977 para produzir filmes para o sindicato, e Alípio Freire (1945–2021), jornalista do abcd Jornal, organizaram também várias sessões de cinema como atividades de luta no período da greve.

[9] Octavio Ianni, “Teatro operário”. In. Ensaios de sociologia da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991, p. 138. Sobre os grupos Ferramenta (1975–78) e Forja (1979–91), ver Kátia Rodrigues Paranhos, Era uma vez em São Bernardo: o discurso sindical dos metalúrgicos (1971–1982). Campinas: Editora da Unicamp, 2ª edição, 2011.

[10] O tema da greve de 1979 aparece nos filmes dos diretores Renato Tapajós, João Batista de Andrade (Greve!, 1979) e Leon Hirszman (1937–1987; ABC da Greve, 1979–90). Os trabalhos de realização desses cineastas, e não apenas de Tapajós, buscavam e entendiam de modos diferenciados o processo de criação, registro e intervenção. Os três filmes sobre a greve de março levantam questões como: a reflexão sobre esse acontecimento, o chamado “novo sindicalismo”, o papel da liderança e da vanguarda, a integração dos intelectuais ao movimento operário e o próprio papel da esquerda nele, as outras formas de comunicação utilizadas na luta operária, a consciência de classe e o partido operário. No entanto, mais do que isso, essas e outras questões eram discutidas nos bairros, nas favelas e nos sindicatos.

[11] Peter Burke, “Unidade e variedade na história cultural”. In. Variedades de história cultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, p. 248.

[12] Cf. Jean-Louis Leutrat, “Histoire et cinema. Une relation à plusieurs étages”. Le Mouvement Social, Paris, n. 172, 1995, p. 45.

[13] Entrevista de Ettore Scola concedida a Francesca Angiolillo. O espelho trincado de Ettore Scola. Folha de S. Paulo, sexta-feira, 7 set. 2001, p. 18.

[14] Ensaio finalizado e entregue em 25 de abril de 2021.

 

Kátia Rodrigues Paranhos é professora do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia (ufu). Bolsista produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (cnpq) e do Programa Pesquisador Mineiro, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Autora, entre outros livros, de História, teatro e política (São Paulo: Boitempo, 2012) e Cena, dramaturgia e arquitetura: instalações, encenações e espaços sociais (Rio de Janeiro: 7Letras, 2014; Editora de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte).

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